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terça-feira, 21 de junho de 2011

O Japão tem o computador mais rápido do mundo

Um supercomputador japonês construído pela Fujitsu Co. roubou de um concorrente chinês o posto de mais rápido do mundo, devolvendo o Japão ao primeiro lugar na corrida mundial dos computadores pela primeira vez em sete anos.

Instalado no Instituto de Pesquisa Física e Química do Japão, conhecido como Riken, o "Computador K", financiado pelo governo, consegue realizar mais de 8 quatrilhões (8.000 trilhões) de cálculos por segundo. O Computador K é um trocadilho com a palavra japonesa "kei", para o número 10 quatrilhões, que será o número de cálculos que a máquina conseguirá realizar quando for concluída, em 2012.

Numa era marcada pela emergência da China como potência tecnológica e econômica, o retorno ao topo do pódio dos supercomputadores é uma fonte de orgulho para o Japão poucos meses depois de o país perder para a China o posto de segunda maior economia do mundo.

A máquina japonesa representa uma evolução importante em relação aos supercomputadores já existentes. Ela é mais poderosa que os cinco outros computadores mais rápidos do mundo combinados e pode realizar três vezes mais cálculos por segundo que o segundo computador mais rápido, projetado pela Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa da China, segundo a "Top500", uma compilação dos 500 computadores mais poderosos do mundo, criada por um grupo de pesquisadores acadêmicos e governamentais.

Com o investimento de mais de 100 bilhões de ienes (US$ 1,25 bilhão) no projeto Computador K, o governo quer tornar o país um dos líderes em supercomputadores, que podem ser usados para solucionar problemas complexos relacionados à mudança climática ou padrões do clima. O projeto também almeja aumentar a competitividade das empresas japonesas, fornecendo uma poderosa ferramenta de computação para desenvolver grandes inovações em remédios, materiais e novas tecnologias.

Numa entrevista coletiva da Fujitsu e do Riken, os líderes do projeto disseram que o objetivo é encontrar uma ampla variedade de aplicações no mundo real para o Computador K. Os pesquisadores disseram que o computador pode ser usado para impulsionar a busca por fontes de energia renovável, descobrindo os materiais mais eficientes para converter a luz do sol em eletricidade, ou para proteger as pessoas de desastres naturais prevendo o impacto de terremotos e tsunamis.

"Achamos que é apenas parte da força do Japão e nossa meta é beneficiar a sociedade japonesa inteira com isso", disse na entrevista coletiva Ryoji Noyori, presidente do Riken e ganhador do Prêmio Nobel de química.

O sistema fica armazenado em 672 gabinetes de computador do tamanho de geladeiras no Instituto de Ciência Avançada da Computação do Riken, em Kobe, no oeste do Japão.

O Japão começou a construir supercomputadores em meados dos anos 80, quando as fabricantes de eletrônicos do país já dominavam vários segmentos da tecnologia. O governo e as empresas do Japão investiram pesado em supercomputação nessa época. Embora o Japão nunca tenha ultrapassado os Estados Unidos em número de supercomputadores, suas máquinas mais rápidas geralmente competiam com as americanas pela liderança do setor.

A última vez em que o Japão teve o supercomputador mais rápido do mundo foi em 2004, com o Simulador da Terra, da NEC Corp. Num indício da rapidez com que os supercomputadores estão evoluindo, o Computador K é mais de 200 vezes mais poderoso que o Simultador da Terra. O Japão e os EUA planejam desenvolver até 2018 um supercomputador capaz de fazer 1 quintilhão (1 milhão de trilhões) de cálculos por segundo.

O novo supercomputador japonês quase foi abandonado quando uma comissão do governo recomendou paralisar o projeto em 2009, citando-o como exemplo de desperdício nos programas governamentais e criticando como desnecessária a tentativa de criar o supercomputador mais veloz do mundo. O projeto sobreviveu depois que um grupo de ganhadores do Nobel fez um apelo para o primeiro-ministro na época, Yukio Hatoyama.

Fonte: The Wall Street Journal